Introdução alimentar: como iniciar de maneira saudável e sem traumas ao bebê
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que os bebês devem ser amamentados, de maneira única e exclusiva, através do aleitamento materno até complementarem os seis meses de idade – inclusive sem água ou chás. Pois, o leite da mãe é um alimento completo para o desenvolvimento, hidratação e fortalecimento do sistema imunológico do bebê. Após este ciclo é chegado o momento de introduzir à rotina de seu filho alguns alimentos. Confira abaixo as dicas que separei para esta fase, tão importante para os bebês quanto para os pais, que em alguns casos se sentem perdidos em relação ao que pode ser oferecido.
TRANSIÇÃO
Como mencionei acima a oferta do alimento começa após os seis meses de vida do bebê e, claro, sempre com a orientação do médico pediatra. Contudo, no começo pode ser um pouco complicado e a criança pode até fazer cara de quem não gostou, mas é natural já que o único sabor conhecido era o do leite materno. Eles também podem estranhar a nova maneira de se alimentar, pois estavam acostumados à sucção com posterior deglutição e não à deglutição após mastigação. Importante ressaltar: mães que não puderam amamentar por muito tempo podem iniciar a introdução alimentar ao quarto mês, desde que seja com a supervisão e a orientação do pediatra – que deve adequar a dieta para o desenvolvimento pleno da criança.
O QUE OFERECER
Comece com sucos de frutas, que são adocicados e mais fáceis de serem aceitos, evoluindo aos poucos e com variedades para as papinhas de frutas, legumes e verduras. Nesta fase são indicados sucos com apenas uma fruta, sendo laranja-lima, maçã, pera, mamão e goiaba os mais bem aceitos. É importante preparar a bebida até no máximo 15 minutos antes do consumo, para que não se percam as vitaminas e minerais.
APETITE
Dúvidas se o seu filho ficará plenamente satisfeito? Fique tranquila, o apetite da criança vai ser diferente em cada refeição e, por isso, minha sugestão é prestar atenção em sinais como, pedir por mais comida ou a recusa às colheradas de papinha e assim respeitar sua vontade.
REJEIÇÃO
A rejeição pode vir com o estranhamento, como já expliquei acima, ou ainda porque o bebê está com sono, cólica ou fralda suja. Esses são alguns dos fatores que podem contribuir para irritá-lo, tornando dessa forma o momento da papinha mais estressante. Os pais devem se certificar que a criança esteja confortável e, se mesmo assim houver a rejeição ao alimento, insistir algumas vezes na oferta. Indico que os pais revezem o alimento rejeitado de início com outros que tenham sido mais bem aceitos.
EXEMPLO À MESA
Crianças observam e reproduzem o comportamento dos pais, e de toda a família, por isso é importante que durante o desenvolvimento infantil os pais ensinem que a hora da refeição tem que ser respeitada e feita junto à família. Não utilizem aparelhos eletrônicos nestes momentos para que seus filhos não façam o mesmo, e assim entendam que essa hora é de união e de extrema importância, porque nada toma a atenção dos pais que não a própria família.
SEM AMEAÇAS
Dos avós para os pais e dos pais para os filhos, ameaças à mesa como: "ou come tudo ou não sai da mesa", "só ganha a sobremesa se raspar o prato" e "se não comer tudo, não vai mais brincar" – são bem comuns. No entanto, gosto de frisar que nenhuma relação de imposição ou mesmo a associação negativa será frutífera em longo prazo, e ainda, podem ser a causa de muitas birras e discussões futuras. A dica é, em casos de recusa, tentar usar a indiferença. Retire o prato e encurte o tempo da próxima refeição, além de observar se a quantidade de comida que você ofereceu não foi maior que o necessário.
Para encerrarmos este assunto, gostaria de alertar sobre os altos índices de sobrepeso e obesidade infantil, no Brasil e no mundo, e recomendar aos pais que ainda não adotaram uma alimentação saudável, para si próprios, vale o esforço em mudar os hábitos – uma vez que a criança copiará o "desejo" de comer o mesmo alimento que os pais. Cada bebê merece atenção e cuidados exclusivos e sob qualquer comportamento incomum os pais devem procurar o médico pediatra.
Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros